O barco de fogo tem sua origem na década de 20 do século passado na cidade de Estância – Sergipe, criado pelo fogueteiro Antônio Francisco da Silva, apelidado de Chico Surdo, que se inspirou ao ver um menino botando fogo em um barquinho de papel.
Na época, a ideia de Chico Surdo fez muito sucesso, o barco de fogo se tornou uma tradição dos festejos juninos da cidade e recentemente foi tombado como patrimônio imaterial.
O barco de fogo consiste de uma armação de madeira, com enfeites coloridos, papel alumínio, bandeirolas e diversos tipos de fogos de artifício, como rojões e espadas que proporcionam a impulsão do barco para percorrer o seu trajeto ao longo de um cabo de aço, além de foguetes, cascatas de luz, pistolões e outros fogos de artifícios que, ao queimar, demonstram a beleza da alegoria enquanto segue o seu percurso.
Atualmente, os barcos de fogo são produzidos por pescadores residentes no povoado Porto D’areia, que devido à limitação de peixes na região, passam boa parte do ano trabalhando como fogueteiros na confecção artesanal de espadas, busca-pés, rojões e principalmente barcos de fogo, que são comercializados no período das festas juninas.
Hoje já existem duas associações de fogueteiros no povoado Porto D’areia, a produção de barcos de fogo e fogos de artifício se tornou a principal atividade econômica da comunidade e está trazendo desenvolvimento econômico para toda a região e os pescadores estão cada vez menos dependentes da pesca, gerando mudanças culturais, econômicas e sociais no município. As atividades dessas associações de fogueteiros representam um belo exemplo de modelo de economia criativa que deu certo.